Operação prende 4 suspeitos envolvidos em esquema de venda de veículos apreendidos em Sorriso (MT)
25/10/2025
(Foto: Reprodução) Delegado Bruno França fala sobre esquema de venda de veículos, em Sorriso (MT)
Quatro suspeitos foram presos neste sábado (25) envolvidos em um esquema de venda ilegal de veículos apreendidos e sob a guarda da Prefeitura de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. A ação ocorreu durante a Operação Eidolon.
A identidade dos envolvidos não foi divulgada.
Segundo a Polícia Civil, o grupo era formado por servidores públicos, falsificadores e receptadores, e teria desviado pelo menos 69 veículos que estavam sob responsabilidade da administração municipal.
Antes da operação, um guarda municipal — envolvido no esquema — , se entregou à polícia, confessou a participação e colaborou com a investigação.
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🔍Segundo a Polícia Civil, o grupo agia da seguinte forma:
O servidor público investigado era responsável por selecionar veículos “vulneráveis”, com baixa probabilidade de serem reclamados pelos donos, geralmente motocicletas com pendências administrativas.
Com ajuda de falsificadores e cartórios, o grupo produzia procurações fraudulentas em nome dos supostos proprietários.
Parte dos documentos era adulterada digitalmente por meio do Gov.br; outras eram confeccionadas em cartórios locais mediante pagamento de cerca de R$ 1 mil por documento.
Em seguida, eram criados termos de liberação falsos, que autorizavam a retirada dos veículos dos pátios credenciados.
As taxas eram pagas via Pix, muitas vezes em nome dos próprios envolvidos.
Ainda segundo as investigações, o guarda municipal recebia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil por veículo liberado ilegalmente. Em nota, a prefeitura do município informou que o servidor foi afastado preventivamente das funções até a conclusão das investigações.
Esquema teria desviado cerca de 69 veículos que estavam sob responsabilidade da administração municipal, em Sorriso (MT)
Reprodução
Início das investigações
As investigações começaram a partir da denúncia de um empresário do Paraná, feita em setembro deste ano. Ele contou à polícia que o guarda municipal havia pedido dinheiro para liberar um veículo de forma irregular.
O empresário recusou e decidiu seguir os trâmites legais, mas, ao chegar em Sorriso, descobriu que o automóvel já havia sido retirado do pátio. Ao analisar o termo de liberação, os investigadores perceberam inconsistências e assinaturas falsas, além de o documento ter sido emitido em nome de outra pessoa.
Na ação deste sábado, além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, afastamento de dados telemáticos e sequestro de bens.
Conforme a polícia, os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informações, falsificação de documento público e uso de documento falso.