Transporte da soja em MT: empresas de fretes fazem parte das engrenagens do setor agrícola
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Carregamento de soja em caminhão em MT para ser transportado até o porto
TVCA/Reprodução
Mato Grosso lidera a produção de soja e movimenta diariamente milhares de toneladas do grão. Mas para que essa riqueza chegue aos portos e abasteça o mercado global, uma engrenagem precisa funcionar com precisão: o transporte.
Em entrevista à TV Centro América, o gerente administrativo da empresa de transporte Botuverá, Flávio Clementino, informou que a colheita e a embarcação são feitas sucessivamente, e que se o processo falhar, não conseguirão viabilizar o negócio.
Segundo a supervisora de controle de produção, Bárbara Carmanhães, a logística é apoiada pela tecnologia e facilita muito o processo. Atualmente, é possível rastrear cada caminhão desde a partida até o destino final. O caminhão chega, escaneia um QR Code e já é agendado para carregamento.
“Consigo filtrar por estado, cidade, tipo de caminhão, se é caçamba, graneleiro ou container, tudo pelo aplicativo. Essa organização evita problemas e garante fluidez no embarque”, contou.
Vídeo da reportagem completa: EP02 - Os desafios da logística
De acordo com Jorge Luis Kleen que é coordenador de armazém, a operação é intensa. Por dia, são carregados entre 65 e 70 caminhões. Os carregamentos dependem diretamente das cotas liberadas pelos terminais e da logística de recebimento, evidenciando que todas as etapas precisam funcionar de forma integrada e coordenada para garantir o sucesso da operação.
A empresa familiar Botuverá, que atua no transporte de grãos há 50 anos, é uma das responsáveis toda essa movimentação. Segundo o diretor Vicente Bissoni Neto, a empresa conta com uma frota de 300 caminhões.
"A primeira geração da família fundou a empresa na década de 70. Meu pai e meus tios sempre foram muito empreendedores e viram as oportunidades batendo nas portas, e decidiram aventurar nas estradas em busca de oportunidades", disse.
A diretora e integrante da segunda geração da família, Deise Cristina Bissoni, informou que atualmente atuam na produção agrícola e na comercialização de insumos e commodities, onde vendem soja, milho, algodão, gado. Para ela, a grande responsabilidade é saber planejar, comprar e vender bem.
Um dos motoristas da frota, Paulo Luiz Gonçalves de Almeida, contou que a evolução dos caminhões trouxe mais conforto e segurança durante as viagens. Ele citou que hoje os caminhões têm piloto automático, ar-condicionado, cama boa. Antes, as estradas que eram empoeiradas, cheios de buracos estão na maioria asfaltadas.
"Agora é outra realidade. Minha riqueza é colocar comida na mesa da família e dar estudo para minhas filhas. Chegar no destino sem problema é a melhor satisfação", afirmou.
O diretor Vicente informou que acredita que mesmo com avanços em ferrovias e portos, os caminhões continuam sendo peças-chaves da safra, "um ativo fundamental para o agronegócio", já que conectam a produção ao trem e ao porto.
O transporte é um fator essencial para comercialização do grão em MT
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